O complexo mundo das artes – mutável e intrigante – em seu constante movimento à procura de novas expressões capazes de influenciarem crítica e público parece, num certo sentido, ter-se esgotado. Esta incessante busca pelo novo, geradora de grandes expectativas, não só por parte do público em geral, como também dos próprios artistas encontra, nestes últimos, alguns poucos, novas abordagens a partir de velhos temas. Foi assim que Monet pintou a Catedral de Rouen diversas vezes e, em cada tela, reinventava-a uma vez mais. Hoje, a arte pictórica está muito mais em quem consegue criar do já criado do que quem a cria pela primeira vez – o que é praticamente impossível.  É neste contexto que encontramos o pasmo  essencial na obra de Manlio Moretto. O tema exclusivo da obra é a Paisagem Brasileira e todo o seu encanto obtido pelo manuseio de tintas, cores, traços e ângulos. Assim, a caracterização surge pelo traço; o romantismo e a serenidade, pelas cores; e a paixão e personalidade, pelos tons.
Manlio Moretto não se limita ao mero registro histórico-documental e arquitetônico dos lugares, mas, sobretudo, à interpretação dos mesmos.
Meio século de viagens e quase um de idade, transformam-se em obras de rara qualidade e beleza pictórica, que lhe confere o justo título de “O Mestre do Paisagismo Brasileiro” e a mais vasta obra iconográfica registrada em croquis de campo; constituída por 25 cadernos de campo  e  5 álbuns, num total de1300 lugares inéditos,  distribuídos por 15 estados brasileiros.
Honra-nos mostrar ao público algo de realmente único e monumental.