Nasceu em São Paulo, em 1938. “O pintor é mais companheiro da solidão que o próprio vento e, além disso, percorre a intimidade do espaço, perfura-o, maculando-o até revelar sua ambigüidade”.
Seu pai era médico sanitarista e intelectual influente. Já a mãe, dedicava-se à pintura, tendo freqüentado a Escola de Belas Artes de Salvador, orientada pelo mestre Alberto Valença, renomado paisagista. Egas herda a veia artística da mãe, e de quando em quando, aproveita os modelos ao vivo que a escola oferece. Aos doze anos de idade, pinta o retrato da mãe. As figuras e os retratos, naquela época, apóiam-se no seu grande gosto pelo desenho e pela pintura, acompanhando-o desde muito cedo – a família, os amigos e todos os que o rodeiam, servem-lhe de modelo. Quando criança, frequentemente desaparecia, sem que ninguém percebesse! – subia às janelas do último andar das casas que visitava. Procurava lugares altos para avistar os telhados das casas e a paisagem que as circundava, para depois, desenhá-las e pintá-las. Mais tarde, surge o desencanto com aquilo que seus olhos viam. Cansado com a monotonia de retratar o que lhe era fácil, dá um passo mais além, só que desta vez para dentro de si próprio – reflete a vida, o mundo e os modelos que ficaram para trás. A nova fase perdura até hoje! E, como sempre existem novas perguntas, encontra na pintura figurativa, porém, sem modelos, sem padrões estéticos convencionais, respostas amplas, abertas à imaginação, sugeridas por pinceladas soltas e livres, através de gestos puramente cerebrais – solta o espírito e imprime com o gesto. Egas mescla a figuração com o emaranhado dos pensamentos abstratos, ou, abstrai-se para achar sentido nas figurações que surgem! Sem respostas, ou com outras perguntas, encontra a possibilidade de se surpreender com a própria ambigüidade que a Arte encerra – pinceladas, que podem ou não, chegar a alguma coisa!... Assim, surpreende na Itália, na Holanda e na Alemanha. Em Stuttgard, transforma um pavimento cultural em capela profana, e em Frankfurt, volta à origem fetal, com a obra “Meninos no vidro”.
Para Egas, “a Arte é um profundo vínculo com a vida”.
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