A falta de um sentido maior para a vida, principalmente na atualidade, surpreende por si só, e também, quando de longe em longe aparece no horizonte das idéias uma luz indicadora da existência de alguma coisa ou de alguém preocupado; não tanto com aquilo que vê, mas, sobretudo, com a ausência de um sentido essencial. Esta é a razão de ser do Projeto Abertura. Ser por se ser, sem uma razão de ser naturalmente encontrada ou procurada, salvo o universo dos excluídos carentes de tudo, determina excessos inúteis ou até conflitantes e incompatíveis com uma existência sóbria; no sentido de: ávida por algo a mais – significante, estruturante, espiritualmente reconfortante. Esta falta de equilíbrio e, portanto, de harmonia afasta os seres do interesse por um sentido para a vida.
O crescente mundo de necessidades criadas, quase que impostas, dominado pela ambição ilimitada de acúmulo de riqueza sem propósito, ou por egocentrismo, depara-se com o inverso da razão – primeiro, criam-se as necessidades, e depois, pergunta-se por que! Mais grave ainda, quando se pensa em obter uma hipotética segurança para o futuro, como se este fosse garantido, aniquilando-se a possibilidade de encarar a vida como um desafio, que realmente é! Perde-se ainda, o prazer de viver o dia a dia, de se “estar” naquilo que se faz, hoje, agora, como se fosse o último dia da vida. Projeta-se, indefinidamente, o presente para o futuro distante e incerto.
Os atos que determinam a realidade acontecem sem prévia consulta à consciência, ou melhor, prevalecem as atitudes inconscientes ou irrefletidas por um imenso mundo fantasioso, onde predominam estranhas imagens que não existem desprovidas de sentido – nasce, então, o paradoxal mundo das aparências! O que vale, é o aparente, aquilo que não o é!... Em meio a tanta falsidade, novos excessos são criados com a justificativa da modernidade, da evolução, da demanda reprimida. E, enquanto isso aumenta assustadoramente o universo dos excluídos! Esta falta de sentido, provocada pelos excessos, deturpa a mente e gera um grande vácuo que toma conta das pessoas, que as desorienta e as desvincula de tudo aquilo que realmente convém e que efetivamente falta. Em oposição ao individualismo próprio do mundo das aparências, sustentado pela falta de visão, pela superficialidade, e pelo orgulho, surge a liberdade encontrada na verdade que, sensível aos erros cometidos, através da consciência, fundamenta os valores e imprime um sentido à vida; maior e universal. Se um sentido for descoberto, também se encontra uma razão de ser das coisas, surgindo imagens que refletem aquilo que são e para o que servem.
O Projeto Abertura encontra no Museu Virtual a possibilidade de mostrar a quem o procura a chamada à atenção, expressa em arte, por algumas “luzes” surgidas num certo momento da História da Pintura Figurativa no Brasil, que, já naquela altura, usando como modelo gestos e situações da vida comum, reivindicam, até hoje, a necessidade de um sentido para a vida.
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