Amadeo SCAVONI (1903 - 1970)



N
asceu em São Paulo, em 1903 e faleceu, em 1970. “Minha missão é transmitir a arte, ensinando a técnica”.

Dedicou-se ao ensino do desenho tendo, portanto, produzido pouco, sobretudo óleo. Ainda assim, permanece um mistério o fato de ter pintado a óleo, não mais que vinte quadros.

Considerado por muitos, como o melhor desenhista brasileiro de seu tempo, foi mestre de Edgard Oehlmeyer, Aliberto Baroni, Aldo Bonadei e Colette Pujol, entre outros.

Profundo conhecedor da técnica, possuía teorias próprias. Tal era o teor artístico no tratamento da luz e sombra, comparáveis a um Velásquez ou Ribera, que seus trabalhos mais pareciam pintura que desenho. Nas raríssimas pinturas a óleo, exclusivamente, retratos ou figuras, denota magistrais pinceladas; largas, soltas e seguras, expressas em maravilhosos complementos de cor, próprios dos grandes mestres.

Porém, o que o torna único, é o desenho a carvão, a lápis e, sobretudo, o esfuminho, utilizando o “velours à sauce”; materiais e técnicas estas que domina plenamente, permitindo-lhe alcançar o efeito e a qualidade desejados.
Segundo seus alunos, Scavone ensinava como ninguém a ver as formas, e sempre dizia: “Procure crescer os fundos. Não use a perspectiva cônica, como ela é naturalmente vista” e “Nunca deixe uma forma morrer dentro do escuro, sem que tenha um mínimo de definição”. 

Como cobrava pouco de seus alunos e muitos não podiam pagar, serviam-lhe de modelo o pai, os irmãos e o sobrinho, este último, recentemente falecido.

Consta que, desapontado com o amor não correspondido, por parte de uma jovem aluna, adoece vindo a falecer pouco mais tarde, muito pobre e completamente abandonado. Outra versão da história, diz que Scavone resiste heroicamente aos encantos da aluna, que insistentemente tenta seduzi-lo. Como a diferença de idades era muito grande e Scavone tinha poucos recursos, decide mostrar-se falsamente desinteressado, em favor de um bem maior – um futuro mais promissor para a sua aluna.

 

 


 
   

 

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